Este é sobretudo um blog de promoção de produtos regionais do barrocal/serra Algarvia e Alentejo e de divulgação de produtos alternativos confeccionados com ingredientes tradicionalmente produzidos na zona de Estoi, como o figo, a alfarroba, a amêndoa, a ameixa, a laranja, etc.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Há valores que quando se perdem, é para sempre!

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A ideia de que o mundo rural pertence aos ignorantes e que a vida na cidade é sinónimo de evolução e de conhecimento, que desde cedo nos foi incutida pela grande maioria das pessoas que participaram na nossa educação, foi a grande responsável pelo estado de abandono a que o interior do nosso país chegou. 

Com este abandono corremos o risco de perder os antigos e preciosos saberes transmitidos entre gerações, que sustentaram a vida no campo durante milhares de anos. Uma vez perdidos, não serão recuperados!


"Na serra as terras sempre foram pobres, de vertentes xistosas apenas favoráveis ao pastoreio.Alguma terra de cultivo aperta-se no fundo dos vales. Na maior parte das vezes estas pequenas cercas de boa terra não se formaram naturalmente. A terra boa que está hoje no fundo dos vales, foi para lá transportada pelo homem! Pode ter sido há milhares de anos, mas a dorso de mula, ou às costas do agricultor, a terra veio de outro local e depositada no leito do barranco, entretanto desviado. Em tempos de chuva, as águas da enxurrada, desviadas para junto da encosta e sustidaspor um muro de suporte, permitem que a parte central e o antigo leito do barranco sejam ocupados pela terra húmida e fértil onde crescem as hortas e árvores de fruto. Estas hortas da serra, estes pequenos jardins de terra preciosa, foram todos construídos pelo homem ao longo de milhares de anos e sempre foram protegidos, ora com muros ora com sebes e valados. É lá, nestas terras fundas, ricas em matéria orgânica e bem trabalhadas que se criam os melhores legumes, as melhores figueiras e romanzeiras.

Num futuro próximo, esta agricultura de elevada qualidade vai ter cada vez mais importância pois, ao contrário do que se possa pensar, o homem não sobrevive comendo plástico e ainda não perdeu a memória dos bons sabores. E como a comida, a boa comida vem apenas da terra, em breve seremos obrigados a defender, num gesto vital, os espaços agrícolas que nos restam ou que estão em perigo de ser destruídos com a expansão urbana. Faro, por exemplo, era uma cidade que em tempos estava rodeadade hortas e jardins que se estendiam até às faldas da serra. Dessas terras fertilíssimas quase nada resta.

É hoje nossa obrigação proteger a agricultura tradicional, as nossas hortas e pomares, os nossos saberes. São um património colectivo construído pelos nossos antepassados ao longo de milhares de anos, um bem fundamental para a sobrevivência da nossa própria civilização. Todo esse saber da terra, não o podemos agora desperdiçar. Devemos guardá-lo e aprender a transmiti-lo, pois num futuro mais próximo do que imaginamos, vai ser necessário para a sobrevivência dos nossos filhos.
E as formas e vontades de retomar um certo tipo de cultivo da terra não está perdido. E vocês ainda têm esta riqueza! Esta serra algarvia, no meio da sua aridez, esconde nas pregas dos vales as suas hortinhas e pomares os seus pequenos jardins do paraíso. É lá também que se guardam ciosamente
os velhos saberes e tradições, as memórias de uma cultura de camponeses e pastores que, orgulhosamente souberam resistir à aculturação e aos apelos da cidade."
 
Extractos da Conferência Civilização
Mediterrânica & Gastronomia realizada em Cachopo
Salão da Junta de Freguesia, 25 de Junho 2005


A nós, enquanto descendentes destes homens que o texto acima refere, que carregaram a terra às costas e que a trabalharam durante anos, toca-nos particularmente este tema.

É contra este abandono que nos debateremos e que daremos o nosso pequeno contributo. A iniciativa da tasquinha pretende representar parte desse contributo.

O figo...

Fotografia de Filipe B. Varela
"...é dos alimentos vegetais mais completos, com uma longa história na alimentação mediterrânica. Com meia dúzia de figos conseguiam-se as calorias e as vitaminas essenciais a um dia de trabalho(...)Portanto, esta dieta alimentar, muitas vezes mal compreendida e depreciada, permitiu sustentar a imagem tradicional do serrenho algarvio de corpo seco e esguio, magro, mas cheio de força e saúde. Nos dias piores, quando tudo faltava, restavam sempre alguns figos secos pendurados no tecto, ou um punhado de azeitonas no fundo do pote."

Extracto da Conferência Civilização
Mediterrânica & Gastronomia realizada em Cachopo
Salão da Junta de Freguesia, 25 de Junho 2005

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Bolo de noz de Estoi



Este é um bolo tradicionalmente confeccionado em Estoi. Em tempos, segundo nos terá sido informado, existiam muitas nogueiras na aldeia. Várias famílias tinham pelo menos uma nogueira no quintal de suas casas.

Calda de pimento


Este é um produto essencial na cozinha tradicional do Algarve e Alentejo, muito usado no tempero e na conservação de carnes e na confecção de enchidos.
Há alguns anos,não havia nestas duas provincias quem onde não confeccionasse este tempero.


Figos cheios


Doce tradicional algarvio. Os ingredientes principais são o figo, amêndoa, canela e açúcar. 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Bolachas de limão e alecrim


Os principais ingredientes usados na confeção destas bolachas são o alecrim, limão e flor de sal, que lhes conferem um agradável sabor agridoce. Será uma óptima sugestão para quem aprecia o sabor a limão, porque é realmente aquele que mais se distingue.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013